O prefeito de Mauá, Marcelo Oliveira (PT), anunciou na tarde desta terça-feira (11), uma série de medidas que deverão ser adotadas para aumentar a segurança e prevenir casos de violência no ambiente escolar. Chamado “Mauá pela Paz nas Escolas”, o movimento prevê a criação de ações como a disponibilização de um telefone exclusivo para acionamento da GCM (Guarda Civil Municipal), ampliação do patrulhamento no entorno das instituições de ensino e até mesmo a implantação de um “botão do pânico” nas escolas.

O anúncio foi realizado em um evento no Teatro Municipal, que contou com a participação de autoridades municipais, como o deputado estadual Rômulo Fernandes (PT) – que relembrou os diversos casos de ataques à escolas ocorridos no Brasil nos últimos anos, em sua fala - e o atual presidente da Câmara Mauaense, o vereador Geovane Corrêa (PT), de representantes das polícias, da comunidade escolar e de entidades da sociedade civil e serviu para a atual gestão detalhar as ações que farão parte da mobilização.

Entre as medidas anunciadas está o aumento do efetivo da GCM na cidade. Segundo a administração mauaense, a meta é dobrar a quantidade de guardas municipais em breve, com a contratação de 216 agentes. O processo de admissão de 100 deles, de acordo com o Paço, já está em andamento, enquanto os outros 116 agentes deverão ser chamados no início de 2024. De acordo com Oliveira, as contratações já faziam parte de um plano do governo desde que ele assumiu a Prefeitura. No entanto, somente agora o processo pode ter andamento.

“Quando assumimos, em janeiro de 2021, percebemos a necessidade de aumentar o número de GCMs, mas as restrições orçamentárias impostas por lei, devido à pandemia, impediam essa ação. Tão logo isso mudou, iniciamos o concurso”, explicou.

Outra iniciativa destacada pela administração municipal foi a criação de um número de telefone que ficará à disposição da comunidade escolar para o acionamento da GCM, em caso de necessidade. As ligações devem ser feitas para o número 4512-7675, que entrou em vigor nesta quarta-feira (12). Atualmente, as 44 escolas municipais contam com câmeras de segurança e também com o dispositivo “botão do pânico”, que permite, em situações de emergência, contato imediato com a central de videomonitoramento.

Ainda conforme anunciou a Prefeitura de Mauá, a GCM intensificou o patrulhamento comunitário e preventivo nos arredores das escolas, colaborando com as rondas que já eram realizadas pela polícia militar. A gestão mauaense pontuou também que aguarda a liberação da documentação de três novas viaturas para reforçarem o trabalho.

Oliveira também ressaltou que a mobilização deverá contar com materiais educativos e palestras desenvolvidos justamente para estimular a cultura da paz entre estudantes e os colaboradores da rede de ensino, tanto pública quanto particular, e pediu união para que todos possam superar esse momento de tensão.

“Temos de unir forças e darmos as mãos nesta caminhada para enfrentar esse desafio. Falo enquanto prefeito, mas, principalmente, como pai e cidadão. Sou uma pessoa esperançosa e acredito que juntos venceremos esse momento. Quero contar com o apoio de todas as pessoas”, afirmou o prefeito. 

Ataques a escolas crescem no país 

Um levantamento feito pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), e divulgado pela Agência Brasil no último dia 7 de abril, mostrou que 22 ataques foram registrados no Brasil desde 2002, sendo que 13 deles estão concentrados apenas nos dois últimos anos. O mapeamento só levou em consideração ocorrências onde houve planejamento da ação.

Ainda segundo o relatório, 30 pessoas morreram em decorrência destes ataques, sendo 23 alunos, cinco professores e dois funcionários das escolas. Na última semana, um ataque a uma creche em Blumenau, Santa Catarina, deixou quatro crianças mortas. Já uma ocorrência em Santa Tereza de Goiás, em Goiás, foi registrada nesta terça-feira (11), sem vítimas fatais. Contudo, três estudantes foram feridos na ação.

Já nesta quarta-feira (12), um adolescente foi apreendido na cidade de Maquiné, no Rio Grande do Sul, suspeito de planejar um ataque à uma escola da cidade. Além dele, os pais também foram presos por apologia ao nazismo e associação criminosa, devido ao extenso material com essa temática encontrado na residência.